segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

RIOARÁ

RIOARÁ

Esse rio que se curva
Na nascente passará.
Espera um passsarinho
Com mil cantos pra entoar.



Triste rio que congela.
Muito sol e pouco ar.
Vê moça bonita,
Sentada, com seu vestido
Com medo do carcará.



No teu leito, pequeno rio,
Um poeta te escreve.
E passa o dia a criar:
Trovas para a moça.
Pragas pro carcará.



Rio que vomita.
Histórias que vou te contar.
Teu percurso é infinito.
Tua boca não te cala.
Mil raízes nascerá.



Esse rio que se afoga.
Que afunda em alto mar.
Vem e leva embora
A moça bonita.
E meu coração chorará.



Choro de tristeza.
Rio vou te enforcar!
Gritos e lamúrias
Da tua bocaGritará.


E sem piedade
Te jogarei abismo abaixo.
Rio podre e fétido
Tuas águas malditas
Que por mim secará.

E se é um consolo,
Na lembrança irá ficar.
A imagem daquela moça
Que não sabe
Que esse rio é verbo que não pode conjugar.

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