Dei minha cara à tapa. Fui lá, chinguei, pisei, gritei e soltei todo o sarcasmo acumulado de dias de insônia. Não tive a mínima paciência que me pediram para ter. Falei tudo o que devia. Passei na cara as dívidas, os erros, as mágoas. Rasguei a tua roupa. Rasguei a minha roupa. Ouvi palavrões, gritos, sussurros. Ouvi a máquina de escrever da delegacia. Ouvi o delegado. Ouvi o choro da minha mãe no telefone. Nada disso me acalmou. Cheguei em casa e tomei o litro do uísque. Quebrei o copo no chão da sala. Peguei um caco de vidro e cortei a minha pele que transpiarava rancor, ódio. A TV exibia um filme de amor. Soltei uns dois ou três palavrões e corri para o banheiro. Vomitei todo o meu espírito. Joguei para fora tudo o que em mim prestava. O mundo ganhou um inimigo. A partir de hoje as minhas palavras serão destinada àqueles que por um motivo foi vítima da cobrança para serem mais humanos. A partir desse instante, as pessoas não vão passar de indivíduos reduzidos em suas verminoses. Lutarei contra o uso dos bactericidas. Quero que a raça humana volte a sua condição de microorganismo. Não sei bem ao certo o motivo que me levou a ser tudo isso. Nem sei bem ao certo o que sou: anjo, demônio, homem, mulher, criança. Apenas me recordo do seu rosto calmo, e suas palavras saindo de sua boca e entrando no meu ouvido. Do meu ouvido, as suas palavras desceram pelo vasos sanguíneos e chegaram no meu sistema digestório. Essas palvras foram degradadas pelo meu ácido clorídrico. Foram trasnformadas em escremento. A última coisa que ainda aparece nas bolhas de minha memória foi o teu adeus sem lágrimas e a minha esperança em prantos.
Saulo de Tasso Russo Barreto
Um comentário:
Não tinha lido ainda teu blog...muito bons teus textos, principalmente este, me lembrei de algumas sensações que senti há uns meses atrás, muita furia...gosto disso...
Será que ainda é tarde para a volta dos Inominavéis?? estou com saudades...Jhon agora ta sem emprego neh...não vai ter mais problemas de horário...kkkk
Abraço!Seja feliz!
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