sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Clarinha fala de: ORGASMO!

Não acredito que as mulheres atinjam o orgasmo na primeira transa. Se alguma disse que conseguiu não passa de mais uma dissimulada. Não sei se isso é resultado de uma cultura machista, judaico-cristã heteronormativa. Nem gosto dessas nomenclaturas, mas, acredito que as mulheres só consigam realmente conhecer o gozo lá para terceira ou quarta trepada. Com a juventude de hoje arrisco até a segunda. Se for de alguma neo-pentecostal tenho medo até de arriscar. A minha primeira vez foi assustadora. E olha que fui criada num seio até liberal. Liberal não, liberalíssimo. Meu pai ouvia Roling Stones e mamãe ensinava ponto cruz ao meu irmão pirralho. Minhas tias (sempre as tias) diziam que o coitado ia virar veado. Virou? Virou, mas garanto que não foi pelo ponto cruz. Sim, mas na primeira vez que fui pra cama com um homem quase tive um troço. Aquela coisa apontada pra mim, não sabia o que fazer. Então, gritei. Pra quê? O tesão do cara aumentou. – Grita de novo vai... Gritei mesmo e alto, mais alto, até que já não gritava mais por medo e sim porque tinha que gritar. Senti algumas coisas, mas não o prazer. Sei lá, mesmo não acreditando nisso achava que minha vagina era um santuário sagrado e o pênis dele um bárbaro turco otomano. Depois, com o tempo, me acostumei mais. Fui relaxando e comecei a acreditar que a minha vagina continuava sendo um santuário sagrado, mas o pênis seria um pagador de promessas. E nenhum templo deve se fechar a seus fiéis. Ainda na primeira vez teve a história da camisinha. O cara me pediu para coloca-la. Segundo uma amiga minha, esse é um teste típico dos homens para saber se a moça é rodada ou não. Se a mulher demonstrar habilidade, ela já vestiu muitos perus. Se não, a preza é inocente, coitada! Idiotice isso, típico da testosterona. Eu não tive muita habilidade para colocar a camisinha no peru do cara. Sei lá, escorregava e nunca conseguia encaixar. Ele veio e colocou pra mim. Deu um sorriso e deve ter pensando: carne nova no pedaço. Por que todo homem já nasce com ar de experiente? Queria ser um macho. Não pra mijar em pé. Mas pra saber como é o prazer de dizer – Coloca a camisinha! Meu primeiro orgasmo foi na minha quarta transa. Tive sorte, mamãe disse que até hoje não sabe o que é isso. Pobre do papai. Ainda bem que ele não escuta direito. Mas o gozo, o gozo é... o gozo é... ai! Sei lá, é inenarrável. O gozo feminino se compara ao reveillon. Demora a chegar, mas quando chega são incontáveis minutos de fogos. Ui! Essa conversa deu até vontade de... receber os fiéis para orações e penitências. Uma via crucis literalmente.

4 comentários:

Lella Cristina. disse...

kkkkkkkkk Adorei!! João Ubaldo te inspirou neh? Muito bom..mesmo e concordo com a Clarinha!

Saulo de Tasso disse...

Rafa, Ubaldo foi minha inspiração sim! Sempre, fou fãzaço dele! Mas "Clarinha fala de:" será uma série dessa personagem maluca que garanto: tem idéias mais malucas ainda!!!

Jhon disse...

Chorei de rir, adorei a parte do irmão!

Unknown disse...

Home, seu menino, fiquei besta com o depo de Clarinha. Eu nem sabia que tinha causando tantos transtornos na vida da danada. Vou tomar cuidado da próxima vez.